O Rapaz do Pijama às Riscas, de John Boyne
Bruno é um rapaz alemão de nove anos que vive em Berlim com os pais e a irmã mais nova, com um estilo de vida desafogado e pleno de regalias em meados da II Guerra Mundial. Certo dia, é-lhe comunicado que vão mudar de casa, devido ao emprego do pai, para um local que Bruno não conseguesse compreender e interpreta à sua maneira: “Acho-Vil” (Auschwitz) é o local onde mora e “Fúria” (Fuhrer) é o patrão do pai. Assim, Bruno inicia uma viagem intensa e inocente no exterior das vedações do campo de concentração, observando os prisioneiros como se fossem famílias todas vestidas com um pijama às riscas. Um dia, Bruno nas suas explorações no terreno onde habita, acaba por encontrar Schmuel, um rapazinho judeu que está do outro lado a vedação e com que trava amizade sem que ninguém saiba.
Apreciação
“O Rapaz do Pijama às Riscas” tem feito furor pelo mundo fora. Quando o comecei a ler, não sabia literalmente nada acerca da história, das personagens… Nem sequer sinopse tem a edição que comprei. Como tal, cada página foi uma descoberta e, lentamente, comecei a aperceber-me do seu rumo, ficando horrorizada com aquilo que adivinhei ser o final.
Por se tratar de uma obra de literatura juvenil, sabemos que a linguagem é muito acessível, o tom muito jovem – a roçar o infantil, o enredo muito simples e com um desenrolar de acontecimentos muito rápido.
Contudo, não nos deixemos enganar pela inocência do enredo nem pelo mundo cor-de-rosa em que Bruno vive. Ao fim e ao cabo, esta é uma história acerca da inocência das crianças num mundo bélico, feio, escuro e pleno de sofrimento, o que confere um grau de sentimentalismo muito intenso, sobretudo a partir de meio do livro, momento em que Bruno e Schmuel se tornam amigos. Nas suas longas conversas, sabemos que nenhuma das crianças está ciente daquilo que se passa do campo de “Acho-Vil”, pelo que percebemos que a maldade do mundo dos adultos ainda não os afectou conscientemente, muito embora ambos sofram as suas consequências de formas muito distintas. Achei também muito curiosa a forma como o autor transmitiu quase o egoísmo e o egocentrismo do jovem alemão e a modéstia e a maturidade do rapaz judeu, personalidades e formas de ser talhadas na sequência dos seus percursos de vida.
Ficha técnica
Editor: Edições Asa
Colecção: Romance Jovem
ISBN: 9789724153575
Ano de Edição/ Reimpressão: 2008
N.º de Páginas: 176
Li este livro, achei deveras impressionante, o holocausto sob o ponto de vista de uma criança alemã e uma criança judia, a amizade e a conversa entre os dois e a ignorância deles sobre o que se passava à sua volta…
Dou aplausos ao autor pela sua extrema sensibilidade e talento em escrever um livro destes!
Ola Flicka, bem-vinda! É verdade, Boyne está de parabéns por uma obra aparentemente infantil que, na verdade, reflecte uma realidade impressionante de forma tão inocente…
Depois de ler “A Rapariga que Roubava Livros”, este tornou-se uma leitura obrigatória!
Pedro, tens toda a razão 🙂
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eu tenho que ler este livro
Recomendo vivamente.
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